Uma pesquisa realizada pela professora Sandra Maria de Lima, do campus Várzea Grande do IFMT (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso), mostrou que a água drenada pelo ar condicionado pode ser ingerida.

A pesquisadora descobriu que a quantidade de sais, como magnésio, cálcio, entre outras substâncias, presentes na água, são satisfatórias de acordo com o Ministério da Saúde. Para torná-la própria para o consumo é necessário apenas a adição de cloro, que elimina as impurezas leves e coliformes.

Como foi realizado o estudo
Esse estudo foi feito em um aparelho Split de 24000 BTUs de uma escola pública, seis meses depois da última manutenção e dentro do prazo máximo para a nova limpeza. A água foi coletada entre setembro e outubro de 2014, e mesmo sendo esse um período em que a umidade é baixa no Mato Grosso, foram recolhidos 2 litros de água por hora. Por esse motivo, Sandra acredita que em períodos de muita umidade, seja possível coletar até 4 litros por hora.

O próximo passo da professora é criar um mecanismo para que a água possa ser consumida pelos alunos de uma mesma sala, pois é uma quantidade satisfatória. “Essa é uma água muito nobre para dar outro destino, que não a do consumo humano. Queremos, com o dreno, alimentar um reservatório e nele clorar a água. Depois, uma parte vai para beber e outra para um nebulizador, para umidificar o ambiente”, explicou ela.

Consumir em casa ainda não é recomendado
Mas a pesquisadora explica que, mesmo a pesquisa mostrando que o líquido é puro, ela ainda não pode orientar as pessoas a consumir em casa, pois ainda não há autorização do governo federal e nem do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Pois essa é a primeira pesquisa que mostra um resultado qualificado sobre o assunto.

O projeto ainda irá demorar de um a três anos para ser colocado em uso depois que for solicitada a liberação, pois isso envolve muitas leis. Mas ela garante que o processo é parecido com o já utilizado por muitas pessoas que coletam água de poços e recebem gratuitamente o cloro dos postos de saúde.

Sobre os destinos dados às águas expelidas pelos aparelhos de ar condicionado ela tem a seguinte opinião: “Imagina você passando na rua, vê uma pessoa com 100 galões de água potável, jogando isso fora. Ou pegando a água para regar jardim ou lavar calçada. Não é insano? Se você for analisar a água do Rio Cuiabá, que se pega para tratar, é muito pior. Na feira, colocamos quatro vasos transparentes com água do ar-condicionado, a da torneira, que é a água potável, água do Rio Cuiabá e do Rio Barbado. A do ar-condicionado era a mais límpida. Essa água a gente já coleta em um estado muito bom”.

O resultado da pesquisa esteve em exposição no Workshop de Ensino, Pesquisa e Extensão do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, em outubro de 2014.

Fonte: www.webarcondicionado.com.br